terça-feira, 8 de setembro de 2015

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domingo, 1 de junho de 2014

PMs da UPP da Rocinha removem corpo do local do crime após tiroteio

Um vídeo mostra PMs da UPP da Rocinha retirando, no último sábado na comunidade, o corpo de um homem, aparentemente morto, do local do crime, sem que a perícia de local tivesse sido feita. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, os policiais chegaram a levar o corpo de Josiel Rafael Silva de 43 anos, ao Hospital Miguel Couto, mas não foi registrada a entrada dele na unidade porque ele estava morto. A cena dos policiais levando Josiel da favela foi gravada pelos próprios policiais e chegou ao Extra por meio do WhatsApp do jornal (21 99809 9952/ 99964 1263). Segundo a PM, Josiel trocou tiros com os policiais.
No vídeo, os PMs discutem sobre a remoção do corpo. Enquanto alguns militares alertam para a preservação do local até a chegada da Polícia Civil, outros pedem a presença de algum superior. Após alguns minutos de indecisão, os PMs decidem remover o corpo.

- Agora meteu a mão, já era. Leva - afirma um dos policiais na imagem. O corpo, então, é posto dentro de um saco azul e levado.
No mesmo vídeo, mas num diálogo anterior, um agente questiona se a ação de remover o corpo de Josiel foi ordenada por uma major.
- Foi ordem da major mesmo? Se empolga não, não? Se empolga não? - pergunta.
Um outro policial fala:
- Liga direto para ela.
Procurada, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) ainda não se pronunciou sobre essa possível ordem. A UPP da Rocinha é comandada pela major Priscilla Azevedo. O EXTRA está tentando entrar em contato com ela, mas não obteve retorno.
Nota da PM
Segundo nota enviada pelo comandante das UPPs, Frederico Caldas, no dia do ocorrido "o socorro se deu em razão de não terem condições de constatar se o acusado estava vivo". Entretanto, durante a discussão entre os PMs, um dos policiais dá a entender que Josiel já estaria morto.
- Naquele procedimento do Amaral, teve que chamar a Civil e o cadáver ficou - afirma um dos PMs.
Em outro comunicado enviado neste domingo, a CPP afirmou que Josiel saiu com vida da favela da Rocinha e que ele foi levado minutos após o confronto para o Hospital Miguel Couto.
Com Josiel Rafael Silva, os PMs afirmam que apreenderam uma submetralhadora calibre 9mm. Durante o tiroteio, dois moradores da localidade foram atingidos por balas perdidas. Iolanda Ferreira da Silva, de 42 anos, ficou ferida no pé direito e Jefferson de Oliveira, de 20, foi atingido por um tiro de raspão no ombro. Os dois também foram encaminhados para o Miguel Couto. Uma mulher foi detida ao tentar retirar a arma apreendida das mãos dos policiais. O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon).


Assista o VÌDEO em: http://extra.globo.com/casos-de-policia/pms-da-upp-da-rocinha-removem-corpo-do-local-do-crime-apos-tiroteio-12680406.html#ixzz33RTRmiys

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Suspeito de estuprar e matar menina Rebeca na Rocinha é preso no Rio

Homem foi preso na Zona Oeste e já tinha passagem por estupro no CE.
'Para mim é um alívio, foi feita Justiça', diz mãe da menina.
Parentes e amigos faziam uma manifestação quando souberam da notícia da prisão; o protesto acabou e todos comemoraram
Policiais da Divisão de Homicídios (DH) prenderam no início da noite desta quinta-feira (3) um suspeito de ter estuprado e matado a menina Rebeca Miranda de Carvalho, de 9 anos, no sábado (28), na Rocinha, na Zona Sul do Rio, como mostrou o RJTV.
Parentes de Rebeca chegam à Divisão de
Homicídios, na Zona Oeste do Rio
De acordo com a polícia, Elder Marinho, de 22 anos, tem pelo menos uma passagem por estupro no Ceará. Ele foi preso na favela de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, com o celular da vítima. Nesta sexta-feira (4), a DH vai pedir a prisão temporária do suspeito por 30 dias. O homem confessou o crime e, por volta das 21h, prestava depoimento na delegacia.

“Para mim é um alívio. Foi feita Justiça. Ligaram para um amigo que nos passou a notícia”, disse a mãe da menina, Maria Miranda.
Manifestação
Moradores da favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, fizeram por volta das 18h desta quinta-feira um protesto contra a morte da menina e comemoraram ao receber a notícia, interrompendo o ato. A criança foi vítima de abuso sexual de acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML).
“Nos reunimos com o Freixo [deputado estadual] e a comissão de Direitos Humanos da Alerj ficou de ajudar tanto quanto no caso do Amarildo. Esse protesto vai causar um pouco de transtorno mas é pra chamar a atenção da sociedade pra Rocinha”, disse William de Oliveira, membro conselho estadual de Direitos Humanos.
Carregando diversas faixas, os manifestantes chegaram a fechar a Autoestrada Lagoa-Barra, sentido Barra da Tijuca. “É a primeira. Faremos protestos até que achem o culpado. Ou cairá no esquecimento e acontecem outras vezes”, afirmou João Bosco Barros, primo da menina Rebeca.
Rebeca foi encontrada morta na manhã de
domingo (29)
Como foi o crime
Rebeca foi encontrada morta em um barranco, a 50 metros da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Os moradores dizem que os policiais da UPP não fazem mais patrulhamento nos becos da favela desde o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo, há pouco mais de dois meses. Segundo a polícia, o caso do pedreiro deve ser concluído nos próximos dias, mas o governador Sérgio Cabral nega que a tropa tenha recebido orientação para não policiar os becos.
A vizinha que encontrou o corpo de Rebeca disse que ela estava coberta com telhas e que reconheceu o chinelo que a menina estava usando.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Polícia confirma estupro de menina morta na Rocinha e analisa câmeras de UPP

Foi enterrada no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (30),  a menina Rebeca dos Santos, 9, que havia desaparecido na noite de sábado (28) e cujo corpo foi encontrado na manhã de domingo (29) com sinais de estupro na favela da Rocinha, zona sul da cidade. 
O pai da menina, Reinaldo dos Santos, disse estar inconsolável. "Peço a Deus que me dê força e coragem para lutar e criar meu outro filho. Para fazer dele um guerreiro como ela era. Os dois viviam juntos e se davam muito bem", afirmou, ao falar sobre o filho de 12 anos, também chamado Reinaldo.
Parentes e amigos que acompanharam o enterro contaram que Rebeca foi encontrada vestindo apenas uma camiseta e que próximo ao corpo dela havia saquinhos de droga, uma camisinha e um pedaço de madeira com pregos.
A Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou nesta segunda-feira (30) que Rebeca Miranda Carvalho dos Santos, 9, foi estuprada antes de ser assassinada por esganadura na favela da Rocinha, na zona sul da cidade, na noite de sábado (28).
Segundo o chefe de operações da delegacia, Rafael Rangel, o abuso sexual foi constatado em laudo do IML (Instituto Médico-Legal). O policial também afirmou que a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha encaminhou ao ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) cópia do conteúdo das câmeras de segurança da favela.
As imagens podem mostrar uma eventual movimentação suspeita no dia do crime, de acordo com o chefe de operações. "A UPP reservou essas imagens e elas já estão sendo analisadas. Não existe um prazo para que isso ocorra. Temos 30 dias para concluir o inquérito", disse.
O corpo da vítima foi encontrado na manhã de domingo (29) em uma localidade conhecida como Cachopa, onde há um posto da UPP. Uma perícia foi realizada no local, e sete testemunhas foram ouvidas até o início da tarde desta segunda.
"O sonho dela era ser médica", diz vizinha de menina estuprada e morta na Rocinha

A menina Rebeca Miranda Carvalho dos Santos, 9, que foi estuprada e assassinada na favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, na noite de sábado (28), tinha o sonho de ser médica, segundo a dona de casa Antônia Gomes Pontes, 37, vizinha da família. "Ela era uma criança alegre. O sonho dela era ser médica", disse.
Antônia compareceu na tarde desta segunda-feira (30) à Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio, onde prestará depoimento. A testemunha estava na festa infantil, em uma localidade da Rocinha conhecida como Cachopa, próxima a um posto da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), na qual Rebeca foi vista pela última vez antes de desaparecer.
"Ela saiu da festa para levar bolo para a mãe, que estava em uma birosca perto da casa. Ela passou por um beco totalmente escuro, onde tem um terreno baldio, deixou o bolo com a mãe e voltou pelo mesmo caminho. Foi ali que pegaram ela", descreveu a moradora da Rocinha.
A filha de Antônia, A., 13, estava na mesma festa no dia do crime. Ela e Rebeca eram amigas de infância, estudaram e e costumavam brincar juntas. "Poderia ser a minha fiha ali também. Ele não queria só a Rebeca. Poderia ser qualquer criança que estivesse passando ali naquele momento", disse.
Antônia relatou ter saído da festa às 22h30, e nesse horário Rebeca ainda estava na laje onde ocorria a comemoração do aniversário de 1 ano da filha de uma amiga em comum. "Ela ficou lá com a minha filha de 13 anos e com as amiguinhas. (...) Todo dia ela estava junto com a gente. Ela era muito querida por todos", declarou.
Por volta de 0h, o irmão mais velho de Rebeca procurou Antônia em sua casa para perguntar sobre o paradeiro da menina. Ao ser informada sobre o sumiço, a dona de casa passou a circular pelas ruas, becos e vielas da comunidade, na companhia do irmão da vítima, em busca dela.
"Procuramos até as 2h, mas não achamos nenhum vestígio. Outras pessoas ficaram procurando até de manhã. Quando deu 7h, me avisaram que o corpo tinha sido encontrado. (...) Antes do enterro, tiveram que colocar uma faixa na cabeça dela, pois bateram tanto que o sangue escorria pelo cabelo. A língua dela estava para fora. Foi uma coisa horrível", relatou.

Assassinada por esganadura

A DH confirmou nesta segunda-feira (30) que Rebeca foi estuprada antes de ser assassinada por esganadura na favela da Rocinha.
O corpo da vítima foi encontrado na manhã de domingo (29) na Cachopa, onde há um posto da UPP. Uma perícia foi realizada no local, e sete testemunhas foram ouvidas até o início da tarde desta segunda-feira.
Segundo o chefe de operações da delegacia, Rafael Rangel, o abuso sexual foi constatado em laudo do IML (Instituto Médico-Legal). O policial também afirmou que a UPP da Rocinha encaminhou ao ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) cópia do conteúdo das câmeras de segurança da favela.
As imagens podem mostrar uma eventual movimentação suspeita no dia do crime, de acordo com o chefe de operações. "A UPP reservou essas imagens e elas já estão sendo analisadas. Não existe um prazo para que isso ocorra. Temos 30 dias para concluir o inquérito", disse.
A mãe da criança, Maria Miranda de Mesquita, foi ouvida no dia do registro do boletim de ocorrência, mas não conseguiu dar informações concretas em razão do choque emocional. Ela deve prestar novo depoimento durante a semana.
Os investigadores também trabalham para identificar novas testemunhas. No domingo, um menino --cuja idade não foi informada-- afirmou à polícia ter visto um homem vestido com um casaco na companhia de Rebeca pouco antes do desaparecimento. O depoente seria morador da Rocinha e também estava na festa.
"Não podemos entrar em detalhes. Os depoimentos de menores são sempre vistos com reserva. Esse menino foi ouvido por dois psicólogos", disse Rangel.

Crime 'extremamente brutal'

O delegado-assistente da Divisão de Homicídios, Henrique Damasceno, afirmou que o assassinato de Rebeca foi um "crime gravíssimo e extremamente brutal". Ele disse contar com o apoio dos moradores da Rocinha, em especial através do Disque-Denúncia, e com a cooperação dos policiais militares da UPP da comunidade.
"Desde que houve a comunicação da ocorrência, todos os esforços da DH estão voltados para esse crime gravíssimo e extremamente brutal contra uma criança. Estamos empenhando todos os esforços possíveis para encontrar o autor desse crime", afirmou. "Vamos fazer uso de todos os recursos possíveis: desde imagens, a questão do Disque-Denúncia, a entrevista com os moradores e as diligências em campo."
Damasceno disse ainda que os detalhes sobre a investigação não podem ser divulgados em função das circunstâncias do crime, uma vez que há crianças entre as testemunhas que já foram ou ainda serão ouvidas pela polícia. O conteúdo dos depoimentos também não foi informado.

Enterro

A menina foi enterrada no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul. O pai da menina, Reinaldo dos Santos, disse estar inconsolável. "Peço a Deus que me dê força e coragem para lutar e criar meu outro filho. Para fazer dele um guerreiro como ela era. Os dois viviam juntos e se davam muito bem", afirmou, ao falar sobre o filho de 12 anos, também chamado Reinaldo.
Parentes e amigos que acompanharam o enterro contaram que Rebeca foi encontrada vestindo apenas uma camiseta e que próximo ao corpo dela havia saquinhos de droga, uma camisinha e um pedaço de madeira com pregos. Todo o material foi recolhido pela perícia.
Leia mais em: http://zip.net/brk3YR

Rocinha e Alemão pretendem processar Estado por causa de Teleférico

Moradores das comunidades são contra a construção do modal e querem continuidade das obras do PAC

Estrela de uma novela Global e novo ponto turístico do Rio de Janeiro, o Teleférico do Conjunto das Favelas do Alemão, na Zona Norte da cidade, foi indicado como "carro chefe" das melhorias prometidas pelo governo estadual à comunidade pacificada, como parte integrante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e recebeu o recurso de R$ 210 milhões investidos pelos governos federal e estadual. Dois anos após a sua inauguração, no dia 7 de julho de 2011, o Teleférico Alemão é alvo de crítica dos moradores e, segundo eles, não atende às necessidades básicas de mobilidade, integração social e melhorias na qualidade de vida, como sugerido no seu projeto original, que teve como inspiração o modelo da cidade colombiana de Medellín. 
A experiência mal sucedida está servindo de exemplo para a comunidade da Rocinha, nazona sul, destinada a ganhar o terceiro modelo do transporte em massa por cabo do Rio. Os representantes do movimento "Rocinha Sem Fronteiras" estão promovendo ações de resistência à implantação do teleférico na comunidade e aliados ao Instituto Raízes em Movimento, do Alemão, vão entrar com representação no Ministério Público do Estado (MP/RJ) contra o governo do Rio, em processos que denunciam a violação dos direitos humanos e não cumprimento de lei federal 10.257, que determina a participação da população em decisões nas obras de intervenção governamental, no caso do Alemão, e pela não execução das obras do Pac 1, na Rocinha.
No Fórum de Mobilidade Urbana realizado pelo Clube dos Engenheiros do Rio de Janeiro, realizado no dia 20 de setembro, foi abordado o tema "PAC e saneamento – Estudos de Casos da Rocinha". O conselheiro do Clube, Alcebíades Fonseca, destacou no seu discurso que, pelo tempo de operação do Teleférico do Alemão, é facilmente observado que esse tipo de modal não é viável para as comunidades cariocas, por não solucionar os problemas de mobilidade da população e por ter seu custo de manutenção muito alto, pois o seu maquinário é importado da França. "Um cadeirante, por exemplo, quando chega à uma das estações, não encontra o acesso especial para o seu embarque. O mesmo aconteceu com os moradores quando estão carregando a suas bolsas com compras", explicou o engenheiro. Como modelo comparativo, Fonseca citou o Plano Inclinado do morro Santa Marta, que segundo ele é o modal mais adequado à Rocinha. "O plano inclinado favorece o acesso de pessoas portadoras de deficiência, permite a retirada de resíduos sólidos e a sua construção é bem mais barata, com uma projeção de implantação que corresponde a 20% apenas do valor total do projeto do Teleférico importado apresentado pelo governo do Rio", disse Fonseca. 
O coordenador do Instituto Raízes em Movimento do Complexo do Alemão, Alan Brum, contou que o Plano Básico de Licitação e de Desenvolvimento Sustentável referentes a sua comunidade foram intensamente discutidos com representantes da Empresa de Obras do Estado do Rio de Janeiro (Emop) e das secretarias estaduais Parques e Jardins e Cultura e Lazer, desde 2008. Na época, foi criado o Comitê de Desenvolvimento da Serra da Misericórdia, composto por 927 membros de instituições da região e por moradores, que apresentaram as suas reclamações visando a melhoria da qualidade de vida na região, para serem incluídas no planejamento de urbanização. O resultado final foi para uma Agenda Propositiva, entregue ao poder público.
"Quando eles comentaram sobre o teleférico, 'de cara' a gente alertou que não ia dar certo, por causa da topografia, ninguém vai subir o morro para embarcar. Opinamos que esse investimento do PAC era fundamental para a implementação do transporte alternativo, a duplicação da via de acesso principal e as ruas secundárias e, prioritariamente, o saneamento básico. Esses são os fatores que realmente traduzem os anseios da comunidade da Rocinha", destacou Alan.
Davison Coutinho (esquerda), da Rocinha e Alan Brum, do Alemão 

Enquanto a implantação do Teleférico do Alemão teve caráter prioritário no governo de Sérgio Cabral (PMDB), a maior parte das obras previstas no PAC ainda estão no papel. Alan contou que a duplicação da rua principal de acesso ao Alemão, a Joaquim Queiroz, teve apenas 300 metros de pavimentação e um novo anúncio do governo promete a complementação da obra, que ainda não tem prazo para recomeçar. "O teleférico é o atrativo turístico e orgulho do governo estadual. Para agradar os olhos dos turistas, eles [governo do Estado] construíram um cinturão social no entorno do Alemão, com um colégio público bonito, UPA, creche e o conjunto habitacional. Mas isso só nos locais por onde os turistas passam. Se você entrar na comunidade, vai encontrar o resultado do desleixo do poder público, a real precariedade que tentamos combater", disse ele.
O transporte alternativo, segundo Alan, continua discriminado pelo governo, apesar de ser o principal meio de deslocamento da comunidade. Outro ponto criticado pelos moradores é o que eles chamam de "Turismo Exótico", que na visão de Alan é um serviço oficial que fortalece o preconceito que sempre existiu em relação as favelas. "O turista embarca na gôndola na Estação Bonsucesso, que fica na parte baixa do morro, passa por cima do Alemão e vai direto para a Estação Palmeiras, onde fica o Mirante com a vista maravilhosa do Rio e toda uma infraestrutura de serviço que teve aprovação do governo como forma de agradar o visitante. Daí, ele desce e pronto, acabou o passeio. Cadê a interação social que o governo disse que haveria entre turista e comunidade? O comércio do Alemão é forte, mas não pode contar com o 'Turismo Exótico', que passa longe dele e não contribui para a economia local", desabafou o coordenador social.
No centro das críticas, o teleférico não corresponde ao desempenho esperado pelo poder público. Com 152 gôndolas com capacidade de transportar até 10 pessoas cada uma, o teleférico foi projetado para ser o transporte principal do Alemão, com previsão de atender 30 mil passageiros por dia, no trajeto de 3,5 quilômetros, desde a entrada do morro até o seu topo, em 16 minutos. No entanto, a demanda diária de moradores que usam o teleférico é de 12 mil, mesmo eles tendo direito a duas passagens gratuitas e ao valor promocional de R$ 1. Para o turista o valor da passagem é de R$ 5. No dia 15 de dezembro de 2012, foi registrado o recorde de passageiros transportados, com mais de 19 mil embarques no sistema, que é integrado à rede ferroviária por meio da Estação Bonsucesso/TIM (ramal Saracuruna). 
As anotações de Alan desde as primeiras atividades do Comitê de Desenvolvimento da Serra da Misericórdia, com as análises de desenvolvimento social e urbanístico do Alemão feitas junto às autoridades do Estado, foram reunidas num dossiê e entregue ao líder do movimento "Rocinha Sem Fronteiras", José Martins de Oliveira. Há alguns meses, as lideranças das duas comunidades estão se encontrando para conhecer os problemas comuns. "Foi possível perceber que são as mesmas precariedades vividas na Rocinha, no Alemão e provavelmente em todas as outras comunidades cariocas", comentou Davison Coutinho, participante do "Rocinha Sem Fronteiras" e membro da Comissão de Moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara. 
Davison visitou o Complexo do Alemão na quinta-feira passada (26/9) e na reunião que teve com Alan Brum, destacou que "os problemas estruturais e sociais dessas regiões são oriundo de um problema maior, que é a falta de participação dos moradores nas decisões das obras de intervenção do governo do Rio, ferindo a lei federal de número 10.257, que exige a inclusão da população nesses processos". Segundo os representantes comunitários, o governo de Sérgio Cabral realiza os encontros oficiais com a população, mas apenas para apresentar os projeto do PAC. "Os moradores reclamam, criticam e oferecem opiniões, porém nada é ouvido, só é feito que o governo quer. Até porque a empresa responsável pelo social do PAC, que deveria acolher as decisões dos moradores é contratada pela concessionaria das obras e fica claro que ela não pode ir contra quem ela é subordinada [poder público]. É uma falsa participação dos moradores nas reuniões que eles coletam assinaturas e fotos e enviam para o Ministério das Cidades, como se as populações das comunidades estivessem de acordo com o que eles propuseram. O teleférico não é prioridade para as comunidades e isso já foi comprovado no Fórum de Mobilidade do Clube de Engenharia, que participamos há pouco tempo. O dinheiro do PAC no Alemão e na Rocinha deveria ser empregado no saneamento básico, já que está comprovado que para cada dólar gasto com saneamento, representa U$ 5 economizados com saúde. Esse valor deveria ser revertido para politicas publicas estruturantes, como mobilidade, transporte, saúde, educação, cultura, assistência social. Todos esses dados constam dos relatórios produzidos pelo governo com as comunidades, mas não seguem para o governo federal", denunciaram os representantes da Rocinha e do Alemão.
Panfletos e cartazes distribuídos na Rocinha alertam para a ineficiência do Teleférico
Líder do "Rocinha sem Fronteiras", José Martins de Oliveira, residente há 47 anos na comunidade, aponta muitas falhas podem ser enumeradas na execução do PAC 1 e 2. Martins considera que o maior engano no projeto do PAC 2 é a construção do teleférico, que mobiliza a maior fatia da verba do plano e não atende as revindicações da população regional. "É um presente de grego", considerou Martins. Ele destacou que as obras do PAC 1 foram discutidas no ano de 2005, dando prioridade ao saneamento básico na Rocinha e seriam desenvolvidas num prazo de 10 anos, através do Plano de Desenvolvimento Social. Nesse projeto, em nenhum momento foi citada a construção do Teleférico. Em 2007 as obras iniciaram, mas foram paralisadas pelo governo estadual em 2010, com mais de 25% do projeto pendente, inclusive o saneamento básico. O PAC 2 prevê a finalização das obras, mas dá prioridade ao Teleférico da Rocinha.
"Vai acontecer com a Rocinha a mesma situação constatada no Alemão, das pessoas não utilizarem o teleférico e ele ser meio de transporte apenas para turistas. Estavam previstas diversas obras, construções foram derrubadas e muito deixou de ser feito. O saneamento, que era a grande reivindicação dos moradores, não chegou até hoje. O caminho certo é discutir com a comunidade o que deve ser feito com as verbas", reclamou ele. Enquanto o governo não vai à comunidade discutir o PAC 2, Martins está convocando os moradores para uma reunião periódica e abordando os principais pontos referentes ao desenvolvimento do projeto na comunidade.
Atualmente, a maior reivindicação dos moradores das duas comunidades é para que o Ministério das Cidades acolha as suas prioridades. "Nós nos unimos para que juntos possamos fortalecer as ações em prol de um bem maior para a população", contaram Alan e Davison. Em parceria com a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL), Alan Brum vai entrar com representação no Ministério Público do Estado (MP/RJ) e no Tribunal de Contas do Estado (TCE) contra o governo do Rio, exigindo o retorno das obras inacabadas do PAC e a prestação de contas aos moradores de todos os gastos do referentes ao projeto. E no decorrer dessa semana, o governo Sérgio Cabral também deve ganhar mais um processo referente ao PAC. "Nós vamos procurar o Ministério Público do Rio nos próximos dias e vamos entrar com ação pedindo a finalização das obras do PAC 1 na Rocinha. Vamos processar o Estado pela não execução do projeto prometido", anuncio José Martins, em nome do movimento "Rocinha sem Fronteiras". 
Emop garante que Rocinha terá mais investimentos
Segundo a Empresa de Obras do Estado do Rio de Janeiro (Emop), a Rocinha vai receber investimentos federais e estaduais de cerca de R$ 1,6 bilhão para execução de obras de infraestrutura, habitação e reordenamento urbano. "As obras vão priorizar a implantação de sistemas de drenagem, redes de esgoto, água e iluminação, a instalação de redes coletoras de lixo, a abertura de vias e o alargamento das Ruas 1, 2 e da Estrada da Gávea", destaca a nota envida pelo órgão ao Jornal do Brasil.
A nota afirma ainda que o teleférico é uma alternativa proposta à questão de mobilidade urbana, "a fim de que os moradores possam alcançar as partes mais altas da comunidade que estarão integradas a outros sistemas de transporte de massa como o metrô, com estação na parte baixa da Rocinha, e a integração com linhas de apoio ao metrô na parte alta, junto ao bairro da Gávea". De acordo com a Emop, os recentes recursos vão viabilizar a construção de uma creche e unidades habitacionais para famílias realocadas de áreas de risco ou de lugares desapropriados para a execução do projeto, que ainda está fase de elaboração.
O comunicado destaca também que serão realizados pelo menos 15 encontros com a comunidade para a discussão do projeto. "Até o momento já foram realizadas seis reuniões, com a participação total de aproximadamente 1000 moradores. As obras vão priorizar o saneamento, como é o desejo da comunidade, que aprova também a construção do teleférico, com  algumas exceções, é claro, como é natural em uma comunidade com mais de 100 mil habitantes", destaca o texto. A empresa conclui afirmando que a questão da mobilidade na Rocinha contempla também a construção de um plano inclinado, mas não dá maiores detalhes sobre esse projeto.

Apresentação dos Projetos do PAC 2 na Rocinha


domingo, 29 de setembro de 2013

Menina é encontrada morta em terreno a cerca de 100 metros da UPP da Rocinha

A mãe de Rebeca esteve no local do crime. Ela encontrou a filha morta
O corpo de Rebeca Miranda Carvalho dos Santos foi recolhido pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil e encaminhado para o IML
Uma menina de 9 anos foi encontrada morta em um terreno baldio na localidade da Cachopa, a cerca de 100 metros da sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.
Rebeca Miranda Carvalho dos Santos desapareceu na noite do último sábado, entre 21 e 22h. Ela estava em uma festa, onde havia muitas crianças, em um beco próximo à UPP, quando sumiu.

Rebeca Miranda tinha 9 anos e estaca no 4º ano do Ensino Fundamental

Segundo policiais da 15ª DP (Gávea), onde foi registrado o desaparecimento, a responsável pela menina fez o registro de ocorrência por volta das 5h da manhã de hoje. Ao voltar à comunidade, a mãe e vizinhos a encontraram morta.


Agentes da Delegacia de Homicídios (DH) disseram que Rebeca foi encontrada embaixo de um monte de telhas, o que sinaliza que o criminoso tentou esconder o corpo. No local, os policiais também recolheram uma sandália de adulto e um boné, que acreditam ser do autor do crime. Uma testemunha que estava na festa disse à polícia que um homem negro, de 20 a 30 anos, abordou a menina oferecendo algo que parecia ser comida e a levou para fora do beco, a cerca de 20 metros de onde o corpo foi encontrado.
Em nota, a UPP da Rocinha informou que PMs da unidade, após serem chamados pelos moradores, foram ao local onde estava o corpo e constaram que a criança estava morta, com as roupas íntimas abaixadas e com sinais aparentes de estupro e estrangulamento.
Rebeca era nascida e criada da Rocinha, e estava no 5º ano do Ensino Fundamental e queria ser médica. Emocionado, o pai da menina, Reinaldo dos Santos, de 57 anos, pede justiça:



Reinaldo dos Santos, pai da vítima, pede justiça:
- Ela era um doce de menina. Tinha muitos sonhos e tudo acabou desta maneira horrorosa. Não sei quem é o monstro que fez isso com a minha filha, mas ele vai ter que pagar.
O corpo foi encaminhado ao IML por volta das 10h da manhã, e a família seguiu para o local fazer o reconhecimento e depois, junto com a testemunha, prestará depoimento formal à DH.