sexta-feira, 10 de maio de 2013

Imóveis de moradores da Rocinha são regularizados pelo governo estadual

O governador Sérgio Cabral e o vice governador Luiz Fernando de Souza Pezão, na entrega de 2021 títulos de propriedade para regularização fundiária na comunidade da Rocinha e para o Anúncio do início das obras da creche modelo, do plano inclinado, do mercado público e da reurbanização do Largo e Caminho dos Boiadeiros, em complemento ao PAC
Fotógrafo: Shana Reis

Às vésperas do Dia das Mães, Maria Ângela Correia, de 59 anos, vai finalmente realizar o sonho de sua mãe, Carmozina Macedo, que morreu no ano passado, aos 82 anos, na casa que construiu com as próprias mãos, mas que nunca foi oficialmente dela. Hoje, Maria será um dos 2.091 moradores da Rocinha que terão seus imóveis registrados em seus nomes. Um alívio para quem sempre viveu com medo de perder o imóvel.
- Agora dá orgulho. Ninguém pode tirar mais a gente daqui. Para onde eu iria? Minha mãe tinha esse medo. Ela deve estar feliz - comemorou Maria, nascida e criada na Rocinha.
Ontem, a lista de moradores beneficiados estava estampada na parede da Associação de Moradores, na Rua Quatro. Hoje, o governador Sérgio Cabral estará na cerimônia de entrega dos primeiros títulos de propriedade, às 10h, no centro esportivo da Rocinha. O estudo do Instituto de Terras e Cartografia do Rio de Janeiro (Iterj) na comunidade começou ano passado a pedido da Câmara Comunitária. Ao todo, 8.364 pessoas serão beneficiadas.
Para Maria Ângela e seus vizinhos, o título é mais do que um papel:
- Agora a gente paga e tem como reclamar - disse ela, que nasceu na casa 26 da Rua Quatro, feita pela mãe e agora mora lá com uma filha, dois irmãos e um sobrinho.
Governo acena com mais uma etapa de vistos
Maria José de Souza, de 66 anos, conferiu a lista três vezes desde terça-feira e ficou frustrada por não estar na relação dos que receberão o tão sonhado título de posse. Mas a moradora da Rocinha há 45 anos ainda tem chance de conseguir o registro.
Segundo a presidente do Iterj, Mayumi Sone, cerca de 1.816 famílias fizeram o cadastro, mas não levaram toda a documentação necessária. A qualquer momento, no entanto, poderão levar o CPF, RG e um comprovante de residência até a sede da Iterj.
- Fazemos essa entrega. Se a quantidade for grande, vamos fazer outra etapa - garante Mayumi.
‘Agora dá para deixar a casa mais bonita’
Depoimento do cozinheiro Francisco Chagas, de 56 anos, que receberá o registro
"Foi uma grande emoção ver o meu nome na lista. Cheguei aqui em 1976 e acho que vai mudar tudo com os documentos na mão. Fica melhor legalizado. Dá para construir direitinho e deixar a casa bonita".

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