Quadrilha usa suspeitos que não têm passagem pela polícia.
Polícia diz que evitou banho de sangue previsto para esta madrugada.
Mapa do tráfico da Rocinha feito pela polícia (Foto: Divulgação/ Polícia Civil) |
Responsável operacional pela Operação Paz Armada, iniciada na madrugada de sábado (13), na Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, o delegado substituto Ruchester Marreiros, da 15ª DP (Gávea), revelou que desde a chegada da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), na favela, o tráfico de entorpecentes passou a ser feito por suspeitos que não têm passagem pela polícia, os chamados "ficha limpa". Com isso, segundo ele, era muito mais difícil identificar e prender os traficantes que continuam agindo na comunidade, só que agora de forma menos ostensiva.
A Operação Paz Armada, que envolveu cerca de 300 policiais da 15ª DP (Gávea) e UPP da Rocinha, não teve um tiro sequer disparado. Até as 16h30 de domingo (14), 30 tinham sido presos, 22 deles dos 58 mandados de prisão expedidos pela 35ª Vara Criminal. Oito deles foram presos em flagrante, entre eles um dos suspeitos, identificado como Patrick Emanuel Magalhães Luiz, o único com mandado de prisão expedido anteriormente. Mais três menores foram apreendidos em flagrante.
Todos os presos tiveram prisão temporária decretada e vão responder por tráfico de drogas, associação para o tráfico (formação de quadrilha), corrupção ativa e porte ilegal de armas e explosivos. O delegado Marreiros também vai requerer a prisão preventiva de Antônio Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, que segundo ele, mesmo preso continua a comandar o tráfico na favela.
"Ao longo de três meses de investigação verificamos que o Nem, que eles chamam de Mestre, ainda comanda o tráfico na Rocinha. Mas com a chegada dos policiais da UPP, os traficantes procurados saíram da favela e se refugiaram em outro lugar. A venda de drogas passou então a ser feita por pessoas que não têm ficha na polícia. Com o trabalho de inteligência da PM, o uso de 104 câmeras de alta definição e o mapeamento feito pela Polícia Civil, descobrimos cem bocas de fumo. A venda de drogas não é mais ostensiva, ela ainda existe. Cada ponto de venda rende em média R$ 15 mil por semana. E há bocas que tem faturamento de R$ 12 mil por dia", contou o delegado, acrescentado que a maioria dos suspeitos foi presa bebendo num bar. "Eles achavam que não tinham como ser presos porque não têm ficha".
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