Restaurante conhecido pelos moradores como o PORCÃO DA ROCINHA, surpreende pela variedade de carnes que oferece

Roteiro mostra onde comer nas favelas do Rio

O "Guia Gastronômico das Favelas do Rio" usa a culinária como um pretexto para apresentar um novo roteiro pelas favelas cariocas.

"Não se trata só de comida. Nossa ideia é indicar bares e restaurantes que sejam um convite para visitar a favela", define o cineasta Sérgio Bloch, 52, idealizador da publicação com lançamento previsto para abril.

A equipe envolvida na produção do guia visitou 97 estabelecimentos comerciais em oito favelas. A pesquisa resultou em 22 indicações registradas pela jornalista Ines Garçoni, com imagens do fotógrafo Marcos Pinto.

Além dos destaques no cardápio de cada endereço, o guia recupera um pouco da história das oito favelas selecionadas: Santa Marta, Tabajaras, Chapéu Mangueira, Vidigal e Rocinha, na zona sul; morros da Providência e dos Prazeres, no centro; e Complexo do Alemão, na zona norte. Todas são ocupadas por forças policiais.

"Por ser um guia, não havia como indicar favelas sem um mínimo de segurança", ponderou Bloch, que teve algumas surpresas ao longo do processo.

Descobriu o restaurante conhecido pelos moradores como o Porcão da Rocinha, uma alusão à variedade de carnes da famosa rede de churrascarias do Rio. "Tinha javali, capivara e jacaré", listou o organizador.

No Complexo do Alemão, ele descobriu um hambúrguer batizado como "Big Favela". O sanduíche, bem parecido com um Big Mac, ganhou o nome dos operários da obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da região que frequentavam a lanchonete. "Mas os turistas também já descobriram o Big Favela", diz o autor.

Guia gastronômico das favelas do Rio
Autores Ines Garçoni, Marcos Pinto e Sérgio Bloch
Editora Abbas Edições e ArteEnsaio
Quanto R$ 70 (167 págs.)